terça-feira, 13 de setembro de 2011

urso de Oratória para Maçons – Capítulo II – O Orador da Loja Maçônica

Falar corretamente não é atributo ou privilégio apenas do orador da Loja; todos, sem exceção, devem aprender a fazê-lo e enganam-se aqueles que imaginam poder dispensar as virtudes oratórias, exprimindo-se em Loja como se estivessem em uma reunião informal ou uma “festinha familiar”.
A Maçonaria, a partir de seus Rituais mais simples, adota uma linguagem culta, elegante e tradicional que não deve ser “quebrada” com frases e expressões vulgares; ela mantém acesa a chama de uma tradição que remonta a priscas eras, quando a expressão verbal diferenciava a aristocracia da plebe e hoje diferencia o iniciado do profano.

Nós, maçons modernos, temos a obrigação de continuar cultuando em nossos templos as três mais importantes Artes Liberais da Antiguidade, ou seja:
Gramática: que nos ensina a escrever.
Lógica: que nos ensina a pensar.
Retórica: que nos ensina a falar.
Percebam como os maçons veteranos e os mestres instalados falam corretamente, como sabem dar brilho às palavras, como conseguem prender a atenção dos ouvintes, como sabem se portar nas solenidades dentro e fora dos templos, como não se intimidam com o público e sabem cativá-lo; e isso é o fruto da vivência nas Lojas e da experiência nos cargos maçônicos; sim, nos cargos maçônicos, porque não é somente o orador da Loja que desenvolve essa arte; também o venerável, os vigilantes, o secretário, e até mesmo o cobridor do templo, para bem exercerem o seu trabalho, necessitam dominar as técnicas verbais que abordaremos nesta obra.
O estudo da oratória na Maçonaria deve começar pela observação, desde o primeiro dia, quando o neófito se apresenta no templo para ser iniciado e, ainda com a venda nos olhos, sente, percebe e imagina, pela pompa e pelo cerimonial que não vê, mas ouve, haver ingressado em um ambiente seleto, frequentado por pessoas cultas, sérias e solenes.
Esse é o primeiro exemplo que ele deverá observar, imitar e seguir.
Essa é a primeira lição a todos aqueles que desejam superar suas barreiras de medo e timidez, tornando-se bons oradores, senhores da palavra, líderes no mundo maçônico…e até mesmo no mundo profano.
Em meus muitos anos de Maçonaria presenciei e acompanhei, inúmeras vezes, a trajetória de aprendizes tímidos, porém persistentes que, gradativamente, vão dominando o uso da palavra, do gesto e da persuasão até chegarem ao ponto de se tornarem grandes oradores, confirmando aquele velho ditado:
“Os poetas nascem…os oradores se fazem”.
Observação importante: neste livro, algumas vezes estaremos nos referindo genericamente aos oradores, isto é, a todos aqueles que falam, que proferem uma oração e, outras vezes, aos oradores de ofício das Lojas maçônicas. Para diferenciá-los e evitar confusão de termos, estabelecemos a seguinte convenção:
Oradores em geral serão mencionados simplesmente como: oradores.
Maçons exercendo o cargo de orador serão mencionados como: oradores de Loja.
“Diante do público…
…o fraco treme, o louco afronta, o tolo subestima…
e o orador conduz.”
Continua na próxima edição…
Enviado pelo Ir.’. Carlos Brasílio Conte
Autor de: ” O Livro do Orador”
Editado por: Madras Editora

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