terça-feira, 13 de setembro de 2011

Curso de Oratória para Maçons – Capítulo III – O Poder da Observação


Assim como ao aprendiz de uma Loja maçônica recomenda-se falar pouco e ouvir muito, aos candidatos a desenvolver a arte da oratória, recomenda-se inicialmente: falar pouco e observar muito.
Observe atentamente os membros de sua Loja que sabem se expressar com elegância e correção, identificando o que os diferencia dos demais; mas não deixe também de observar aqueles que não sabem falar, ou que falam mal; esses ensinar-lhe-ão, seguramente, o que não se deve fazer.
Observe também os apresentadores de rádio e televisão, mestres na arte de falar com desenvoltura e entreter o público; observe com que maestria eles conseguem fazer com que você ria de algum fato engraçado ou se comova até as lágrimas com uma história triste.
Assista a palestras e veja como se comportam os palestrantes, mestres na arte de desenvolver lentamente um tema, explicando gradativamente cada passo da apresentação e deixando para o final as conclusões, o gran finale; perceba como eles conseguem prender a sua atenção e “criar um suspense”em torno do que dizem.

Se dispuser de tempo, vá ao Forum e assista a um julgamento, onde promotores e advogados revesam-se em um verdadeiro “show” de oratória, retórica, persuasão…
Estude seus gestos, suas pausas, seus movimentos das mãos, sua ênfase, seuas expressões faciais, seus trajes…
Um orador na tribuna equivale a um ator no palco; todos os seus gestos, movimentos e expressões são previamente calculados, estudados e minuciosamente aplicados.
Entretanto, muitos oradores que têm o domínio completo da palavra, mas não de seus complementos, perdem parte de seu brilho por se apresentarem descuidados no trajar, ou por gesticularem demais, ou ainda por possuírem determinados “tiques” e “cacoetes”, tais como coçar o nariz ou a cabeça, mexer na orelha, piscar exageradamente, arrumar a gravata, enfiar as mãos no bolso (quando não em lugares piores), etc.
Na época de eleições, mesmo que a política lhe desagrade, tente observar os discursos dos candidatos, anotando os recursos que eles utilizam para “arrancar” palmas da plateia, “arrasar” seus adversários e convencer àqueles que o ouvem que ele, e somente ele, poderá governar com competência e probidade.
Mas então, estará a essa altura se perguntando o leitor:
– É para isso que serve a oratória?… para enganar e sofismar?…
Responderemos que a oratória é apenas um instrumento, ou uma arma, que pode ter múltiplos usos, para o bem e para o mal, para a defesa ou para o ataque, para proclamar a verdade ou encobrir o erro; da mesma forma que o dinheiro e o poder, depende ela daquele que a utiliza. Assista ao sermão de um sacerdote sincero e bem intencionado e verá o quanto ela pode ser útil e benéfica para a humanidade; leia os discursos de Hitler e verá a que abismos ela poderá conduzir os homens.
Tudo vai depender de você…
Enviado pelo Ir.’. Carlos Brasílio Conte
Autor de: “O Livro do Orador”
Editado por Madras Editora

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