terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Origem dos Estandartes e Brasões

Desde os primórdios da história o homem tinha a necessidade de fazer-se reconhecer pelos seus similares através de símbolos que não se limitasse a indicar a identidade, mas servisse para incutir respeito temor. Indagar no universo multicolor destes símbolos pode dar meios de se descobrir entre as entranhas da História elementos de conhecimento não sempre revelável através dos métodos comuns de pesquisa.

Reconstruindo o sentido de uma multiplicidade de imagens retratando ações, lendas, símbolos dinásticos, triunfos e derrotas. A mistura de regras que consentem adentrar-se nessa floresta de emblemas, é a base daquela que por séculos foi considerada a “ciência principal por excelência”, isto é a Araldica.
Encontramos cenas na Idade Remota, como demonstra a magnificência das figuras nos escudos dos heróis Homéricos, e ainda mais detalhadamente na Idade Clássica: A borboleta e o caranguejo na insígnia de César o Imperador, significa a velocidade e presa decidida que caracterizava uma brilhante ação militar.
Através da leitura dos estandartes se identifica alguma família da Europa na complexidade das suas prerrogativas, dos seus domínios e seus relacionamentos. Foi no grande cenário das Cruzadas que a exigência se manifestou maciçamente pela primeira vez; quando algum cavaleiro avançava em terras longínquas tinha a necessidade de ostentar um símbolo que o distinguisse entre a multiplicidade de outros.
Tais símbolos passaram a se chamar Brasão, do alemão Brasen (soprar), para recordar o som do chifre com o qual os araldes convidavam os participantes de um torneio a se conhecerem.
Não há dúvida que o primeiro símbolo Araldico no sentido para assim dizer moderno, foi a Cruz exibida nos escudos na Terra Santa: Azuis para os cavaleiros provenientes da Itália, branca para os franceses, preta ou laranja para os alemães, vermelha para os espanhois, verde para os saxões, amarelo e vermelho para os ingleses.
Não era suficiente somente a Cruz, para distinguir alguma família, se difundiu a adoção de imagens que de algum modo viessem à mente os nomes representados: a imagem de uma coluna representava a clã Collona, um urso o clã Orsini e o clã Orseoli di Venezia, um cão com um osso na boca representava o clã Canossa, um boi para o clã Vitelleschi.
Estes Brasões elaborados com o intento de representar por imagens uma palavra, foram “armas falantes” A sua força expressiva se afinou com a adoção de cores destinadas a sublinhar uma particularidade individual do cavaleiro: a pureza e a fé com o branco, a esperança e o ardor com o verde, a melancolia com o preto, a revanche era representada pelo vermelho, a riqueza e as honras com o dourado, a magnanimidade com o turquesa e assim por diante.
Eram então assim ditos cores próprias, isso é distintivos de uma determinada família, como o verde fosco dos Condes de Fiandra, o vermelho dos Duques de Borgogna, o branco dos Príncipes de Lorena.
A guerra não representava a única ocasião de encontro para os cavaleiros medievais. Haviam também as cerimônias cíveis, as festas e os torneios. Criava assim nas famílias a ambição de serem reconhecidos através de brasões que não fossem simplesmente a expressão de um nome, mas das revanches, das posses e glórias atribuíveis a aquele nome. A fantasia dos araldistas devia porém cimentar-se com a urgência de juntar aos elementos originários das “armas falantes” figuras tendentes a ilustrar a fama e a tradição histórica da família. As plantas simbolizavam a antigüidade das raízes, torres de castelos para indicar posses e conquistas, animais de cada espécie conhecida per trazer-nos as mais variadas metáforas, mas também monstros mitológicos, corpos celestes, pedras preciosas, objetos das insígnias dos inimigos abatidos. Um único animal Araldico, como por exemplo o leão, que estava entre os mais populares, podia dar lugar a uma gama infinita de interpretações segundo se fosse exibido em posição de repouso, ou na postura de ataque, deitado, alado ou coroado. Os brasões não eram porém destinados a permanecerem invariáveis nos séculos.
Ao contrario, as grandes famílias de tempo em tempo inseriam neles novos empreendimentos. Aqueles que participaram das Cruzadas adicionaram a meia lua, os clãs italianos Colonna e Doria, adicionaram as insígnias tiradas dos turcos na Batalha de Lepanto, o clã Comanes da Espanha, acrescentou um rei moro acorrentado para recordar a tomada de Cordova, os Montmorency dezesseis pássaros para indicar os vários troféus tirados dos inimigos no campo de batalha. As regras da Araldica andaram se complicando pela necessidade de inserir nos brasões os efeitos de matrimônios, aliança, união e divisões de bens.Os estandartes tornaram-se testemunha iconográfica das grandes mutações dinásticas e territoriais registradas mediante acordo de divisão de espaços geométricos.
Pesquisado e Traduzido por Romulo Mercuri
Ir.’. Jaime Balbino de Oliveira

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