sábado, 17 de setembro de 2011

O Dever de Um Maçom

A travessia das barcas entre Rio e Niterói, além da beleza que o cenário nos envolve, serve para meditação e rever coisas boas e não tão felizes. As vendas, que acontecem dentro da barca, estão sempre acompanhadas de um pedinte. Uns se aproveitam da caridade, e outros tantos se revoltam quando não são atendidos. Com isso observarmos os exemplos para que possamos aplica-los em nossa caminhada.
Na Ordem, quando se deseja algo, às vezes pensamos que não há boa-vontade no atendimento. Ninguém nega um pedido por prazer. Há regulamentos, leis, regimentos, tudo apresentado por regras básicas, a lisura no completo atendimento. Há IIr.’. que se acham no direito de serem atendidos em suas pretensões sempre. Ah! Quanta “criançice”! Quanta falta de compreensão na leitura do Ritual, Regulamentos e Leis da Maçonaria.
Quantos IIr.’. são usados por outros na pretensão do atendimento, receosos de ficarem em má situação com eles? Por que atender algum Ir:. em situação sem muita urgência, se existem outras pessoas com casos mais graves?
A Maçonaria prega que, apenas, em igualdade de condições o Ir.’. deve ser preferido. Quantas vezes ouço comentários desairosos contra um Ir:. que deixou de atender, na hora, suas pretensões para atendimento a um profano, deixando de lado outro IIr.’.!
Tudo isso acontece, e deve acontecer sempre que o Ir.’. deseja se aproveitar da qualidade de Maçom para levar vantagem. O Maçom deve estar sempre atento a essas “vantagens” que denigrem o nosso comportamento. Maçom é para ajudar na justa necessidade.
Outro dia, um fato muito interessante ocorreu. Há um Ir.’. Médico que dedica um dia na semana para atendimento a pessoas carentes. Fica eom seu consultório das 8h às 20h, com imensa alegria, no contato com gente que necessita de seus préstimos. As pessoas são examinadas, e levam para casa sua medicação gratuitamente.
Por ser um médico famoso na cidade, sua atitude é admirada por muitas pessoas. Um laboratório, também de um Ir:. nosso, faz todos os exames gratuítos, também, para as pessoas atendidas no dia da fraternidade. Esse é o dever do Maçom! A nossa causa é fazer feliz a humanidade.
O consultório, semana passada, estava lotado. Quase 50 pessoas esperavam ser atendidas. Todas aguardavam com extrema paciência, pois sabiam que lá dentro estava o redentor das dificuldades daquele pessoal, que os atendia com carinho e presteza! De repente, um senhor se dirige à atendente:
- Diga ao Dr. que eu estou aqui e preciso ser atendido agora.
- Ele conhece o senhor?
- Sim. Sou Ir:. de maçonaria, e ele vai me atender.
- Mas… há muita gente na frente do senhor!
Experimenta falar com ele. A senhora vai se surpreender.
- Está bem.
E após alguns minutos a atendente volta.
- Ele disse que já fala com o senhor.
- Eu não disse? Eu avisei que seria atendido.
E o Ir:. ficou no aguardo, e via que outras pessoas eram atendidas. Não se conteve. Dirigiu-se novamente à atendente:
- Avise o Dr. que eu estou aqui fora. Preciso ser atendido pois ele sabe que deve me atender.
- Vou falar com ele.
E o médico apareceu na porta com uma criança, aparentemente morta, passou pelo Ir.’., cumprimentou-o apressado, entrou em seu carro e levou-a ao hospital. Ele mesmo tentava salvar a criança que estava em seus braços. O apressado olhou para a atendente e ainda lhe perguntou.
- Você disse que eu estava aqui?
- Disse sim.
- Por que ele não me atendeu antes?
- Ele sabia o que o senhor desejava.
- Como ele soube?
- Eu falei para ele.
- E como você soube?
- O senhor falou que precisa de atestado médico para uma pessoa.
- Mas mesmo assim ele podia me atender.
- O senhor chegou há pouco tempo. Havia gente na sua frente esperando pacientemente em situação difícil.
- Mas eu sou Ir.’. dele.
- O senhor está enganado ou precisa aprender um pouco mais.
- Por quê?
- Essas pessoas são mais importantes, são mais carentes.
- Você entende o que disse?
- Eu sei do compromisso dele com a Maçonaria Universal.
Do juramento dele, ao entrar com o meu consentimento para uma instituição que me torna feliz ao vê-lo entusiasmado se entregando de coração a fazer o bem.
- Como a senhora sabe disso?
- Eu faço a minha parte no Departamento Feminino, auxiliando-o aqui como sua enfermeira.
- A senhora não me disse como sabe disso tudo.
- Eu sou a mulher dele. Se mudar o seu comportamento, considere-me sua cunhada.
Pelo Ir.’.Jorge Vicente.

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