domingo, 15 de julho de 2012





HOMENAGEM AO DIA DE HOJE, 14 DE JULHO.


Forçoso me é ressaltar para o fato de que a data de hoje, 14 de julho, na França não é reservada para que seja comemorada a famosa “Queda da Bastilha”, que gravou, indelevelmente, a sangue, na história política mundial e da humanidade, os guilhotinamentos de vultos do processo da Revolução Francesa, mas como uma data que entrou para o calendário cívico francês, como a celebração de um outro evento: a Festa da Federação, realizada em 14 de julho, mas do ano de 1790, quando, no ponto alto dessa festa, La Fayette jurou fidelidade à nação e à lei.

Por ironia da história, esse solene juramento foi repetido pela multidão e, pasmem, pelo próprio Luís XVI que, por sua vez, antes jurara ser fiel à Constituição. Um “Te Deum” (hino litúrgico) encerrou a jornada, que terminou em vivas e abraços.

Não houve qualquer manifestação de contestação à monarquia, senão, e apenas, foi ratificada a revolução, com os vivas à união nacional. Foi esse, portanto, a disposição de vontades dos deputados do século XIX, que, tão somente, quiseram associar ao 14 de julho de 1789, a “Queda da Bastilha”. Todavia, na memória dos franceses e do mundo, a data sempre será rememorada como tendo sido em relação ao dia em que o povo tomou a Bastilha, que era considerado como sendo o maior símbolo do absolutismo francês.

A minha homenagem hoje à data, pois, é direcionada para brindar aos três grandes princípios que inspiraram, e ainda, continuam a nos inspirar a todos nós, os Obreiros da Arte Real, para a construção de um mundo melhor, mais humano, onde sempre prevaleça a vontade popular, através da democracia, o lema LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE, que até os dias atuais está impregnado e estigmatizado nos anseios de todas as nações espalhadas pelo planeta, muito embora excluído das mentes patológicas dos ditadores desumanos, em que o mal ainda insiste em sustentá-los em posição de dominação e mando.

Não venho também a objetivar, numa manifestação materializada nesta singela nota de demonstração de civismo e fraternidade, como homem livre e de bons costumes, brindar aos guilhotinamentos do casal real deposto, Luís XVI e Maria Antonieta, que tombaram sob os ruídos estrondosos dos muros da Bastilha, quando executados em praça pública, sob os aplausos e risos de uma platéia por demais cansada do despotismo e opulência ostentados pela coroa de França, cujo período foi marcado por excessiva violência e ficou conhecido como o Grande Terror.

Não. Não posso fazê-lo dessa forma, posto que seria o mesmo que homenagear a data para relembrar atrocidades, que particularmente condeno, uma vez que igual e triste destino também foi vítima o ícone revolucionário e brilhante maçom, Robespièrre, que, em companhia de Marat, Danton, Hébert e outras mentes iluminadas, tomou a Convenção Nacional, prendeu os líderes Girondinos e assumiu o poder, dando início ao período da Convenção Montanhesca, sempre sob a inspiração da luta pela liberdade, igualdade e fraternidade, que terminou por difundir-se pelo mundo todo, até chegar ao Brasil, onde apaixonou os homens que idealizaram a libertação da Colônia do jugo português, através de uma conjuração organizada por grandes nomes, a exemplo de Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, que a rainha Maria I teve por decisão malévola, não conceder a ele o degredo na África, como o fez em relação aos seus três companheiros citados, preferindo deixar o seu nome para a história, nomeando-o, tacitamente, o maior mártir do Brasil.

No Maranhão, onde a dinastia francesa pretendia fundar a “França Equinocial”, também pulverizou os seus horrores, vindo a atingir o nosso idealista mór, Manuel Beckman, o “Bequimão”, que a exemplo de Robespière e Tiradentes, também foi executado em praça pública, desta feita em minha bela São Luís, à beira-mar, lançando o seu último e vital olhar à baia de São Marcos, na certeza de que iria sucumbir, para poder deixar nascer no povo do Maranhão, os vivas à LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.
Por:
Marco Antonio Netto Teixeira, 33º, MMI

Nenhum comentário:

Postar um comentário