segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A Velocidade da Compaixão de do GADU:


"A dor vivida enquanto estamos a sós é diferente da dor sofrida na presença de uma outra pessoa."  Henri Nouwen

A maioria de nós se considera uma pessoa razoavelmente compassiva.  Choramos ao ver um filme triste.  Ficamos cheios de indignação quando vemos injustiça acontecendo.   Podemos até orar com lágrimas pelas pessoas sofridas ao nosso redor.  Ainda assim, isto nos qualifica a sermos chamados pessoas compassivas?

A palavra compaixão significa "sofrer com".  Isto é muito mais do que sentir emoções fortes a respeito do sofrimento de alguém.  Significa ficar com a pessoa para compartilhar a sua dor por um tempo determinado por Deus.

É impossível estar perto de alguém que sofre sem arriscar sofrer com ela.  Não é possível estar com alguém que sofre sem que nossa velocidade seja reduzida por causa da velocidade do sofredor também ser reduzida.

Talvez por esta razão nós insistimos em nos afastar o mais rápido possível do sofrimento dos outros.   A dor se espalha pelo contato e altera nossa velocidade e planos.  Ter compaixão é arriscar e gastar tempo.  Todo ato de amor divino é assim.

Como pastor durante os últimos 35 anos sempre tentei encurtar o sofrimento das pessoas.  Recuperações demoradas para mim podia ser um sinal de incompetência pastoral minha ou falta de fé de todos os envolvidos.

Na minha mente aconselhamento bom era aconselhamento rápido.  A minha agenda era agitada demais para gastar tanto tempo com uma pessoa enquanto tinha uma fila de gente sofrida na porta.  Sem perceber estava em falta na velocidade da compaixão divina.

Não creio que Deus quisesse que eu ficasse horas e horas no hospital com todas as pessoas doentes.  Ele somente queria que ficasse todo o tempo que Ele precisasse de mim para revelar sua compaixão e não a minha compaixão.  Eu não me lembro de ter perguntado a Ele durante uma visita no hospital se deveria ficar ou ir embora.  Acreditava que Ele estivesse com a mesma pressa que eu perante tanta dor.

Alguns dos meus amigos mais íntimos são pastores que vivem em alta velocidade o tempo todo.  Eu vivi assim.  Não sei julgar a velocidade de ninguém, mas sei que existem momentos na vida pastoral que a velocidade tem que ser a velocidade da compaixão de Deus.  Parte do chamado pastoral é mostrar a compaixão de Deus. O chamado não é simplesmente “direção e velocidade” dos resultados que Deus nos revelou querer.

A velocidade da compaixão de Deus é algo que somente Deus estabelece em cada pessoa.   Estamos dispostos a permitir que Deus nos faça pessoas compassivas de verdade?  Estamos dispostos a entrar na dor de certas pessoas e ficar até Deus nos da permissão para ir?  Queremos viver na velocidade da compaixão divina?

Estou cooperando com a compaixão de Deus mais e mais e tenho percebido que na velocidade da compaixão de Deus tudo que realmente é importante acontece.  É fantástico ver isto!

Espelhos e Reflexos de Nosso Eu:


Dentro da lógica estão muitas verdades das quais não nos damos conta, talvez, em nossa correria vida afora. Como essa, de colhermos nos rostos das pessoas, as reações daquilo que somos para elas: quando sempre sorrimos, receberemos somente sorrisos; quando somos sempre afáveis, receberemos sempre afabilidades; quando somos sempre irritadiços, impacientes, receberemos sua irritação, brutalidade e impaciência das pessoas.

Captamos conforme o que emitimos, recebemos na proporção do que damos. Tanto tem sido falado sobre isto! E quão pouco nos empenhamos em agir conforme essa lei simples de ação e reação. Muitos de nós, por causa da teimosia: “Não vou mudar meu jeito!”. Por conta do egoísmo: “Eles é que precisam mudar!” Por causa da arrogância: “Na minha posição eles têm que me tratar como quero.” E assim por diante... 

A vida vai caminhando nas retas e curvas do destino até chegar a regiões do futuro próximo. E ali, não reconheceremos sequer um palmo daquele chão. Ele é totalmente diferente do que pensávamos ou queríamos. Somos estranhos em nosso próprio futuro. E reclamamos contra a vida, contra o destino e, não raramente, contra Deus.

Nós, seres humanos, sempre nos esquecemos de uma coisa: Nunca somos cavaleiros da vida, andando sobre seu dorso enquanto ela cavalga seu curso. Nós somos aqueles que precisam seguir as suas pegadas. Com paciência, determinação e coragem.

Pois bem! Falávamos sobre as reações que colhemos nas expressões e nos sentimentos das pessoas... Isto está inserido na razão, na lógica. Todavia, há algo que ultrapassa essa fronteira do que entendemos como ações e reações comuns entre si. Trata-se daquilo que transcende a nossa compreensão racional. Trata-se de Leis que estão acima da lógica humana.

Uma delas se nos apresenta como espelhos e reflexos, numa colocação poética. Se antes colhíamos nas faces e nas emoções das pessoas – como reação – os sorrisos dos nossos sorrisos, ou as irritações das nossas irritações; agora colhemos em suas atitudes o que fomos para elas.


Fomos seres carregados de nervosismo, impaciência, orgulho? Coisas que não suportávamos nas outras pessoas, mas que em nós permitíamos existir à vontade, enquanto praticamente exigíamos que nos tratassem com calma, educação e humildade. Fomos seres carregados de intolerância, julgamentos, incompreensão? E exigíamos dos outros justamente o contrário! Pois bem! Eis que não estávamos seguindo as pegadas da Vida... E nos perdemos...

Agora estamos em terreno áspero e terrível de um futuro próximo. O que vemos? Aquilo que éramos, ou que ainda continuamos a ser, justamente nos gestos, nas atitudes de um patrão, de quem amamos ou de quem precisamos.

Pedimos compreensão e recebemos intolerância; queremos amor e recebemos indiferença. E tudo aquilo que criticamos nos outros agora está-nos sendo dado por quase todos. O que fazíamos na condição de chefes ou patrões irritadiços, impiedosos, prepotentes, está agora nas atitudes de quem nos rodeia, dirigido em nossa direção.

Nesse vendaval o coração ferido parece não suportar tanta dor. Tentamos transformá-los, mas... em vão! Eles são o reflexo do espelho que fomos e talvez ainda sejamos. Não são apenas reações dos nossos sentimentos, mas sim, das nossas ações. Eles são os reflexos coloridos, exatos, de tudo aquilo que não poderíamos ser e de tudo aquilo que não queremos que eles sejam.

Aborrecemo-nos, desesperamo-nos, torturamo-nos, debatemo-nos, até que começamos a sentir certa aversão a aquele filme de cenas tão nítidas que os reflexos nos mostra. É! Alguma coisa tem que mudar! E admitimos que essa mudança tem que acontecer em nós mesmos. Ou isto, ou continuamos a enfrentar nossos reflexos dolorosos por meses, anos, ou uma vida inteira.

É uma Lei Superior denominada karma, em sânscrito. Como pertencemos a várias doutrinas e religiões, ocidentais e orientais, que seja uma lei dos “espelhos e reflexos”, essa que nos mostra, tão clara e dolorosamente, alguns dos nossos piores defeitos. Então, movidos primeiro pelo constrangimento, e depois pelo arrependimento, começamos a limpar e polir o nosso espelho. Os reflexos vão e esmaecendo, sumindo...

Como reações, a lei Superior nos mostra o que precisamos mudar. E felizes são aqueles de nós que aceitam a diretriz desta lei e têm-na como uma oportunidade de aprendizado doada pelo Criador. Que fez os céus, as terras, os oceanos, as florestas, os animais, os seres humanos. E tanto para todo elemento de Sua grande obra fez leis. Para que Seu Universo funcionasse à máxima perfeição. Shalon.

 
 
 
 
 
Aos casados há muito tempo, aos que não se casaram, aos que vão se
casar, aos que acabaram de se casar,  aos que pensam em se separar, aos
que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar...


Por mais que o poder e o dinheiro tenham  conquistado  uma  ótima
posição no ranking das virtudes,  o amor ainda lidera com folga.
Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte
o coração e justifique as loucuras, Que  nos   faça   entrar   em  transe,
cair de quatro,  babar  na   gravata. 

Que nos faça revirar  os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado.
Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que?  O amor! Mas não o
amor mistificado,  que muitos julgam  ter  o poder  de  fazer levitar.
O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que
temos por mãe, pai, irmão e filho.


É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe o sexo.
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.


O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a
sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia
de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de
cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.


Casaram-se! Te amo prá lá, te amo prá cá; Lindo, mas insustentável.
O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.


É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só,
não basta. Não pode haver competição. Nem comparações.


Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco. Tem que haver
inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões  pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar.


Tem que ter disciplina para educar filhos,  dar exemplo, não gritar.
Tem que ser um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem
que haver um pouco de silêncio,  amigos de infância, vida própria, um
tempo pra cada um. Tem que haver confiança de ambos.


Uma certa concordância, às vezes fingir que não viu, fazer de
conta que não escutou. É preciso entender que união não significa,
necessariamente,fusão. E que amar, solamente, não basta.
Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.


O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma de
sentimentos para amparar esse amor que carrega o  ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.


Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!
 

 
O USO DA PALAVRA EM LOJA


"Assunto que é uma unanimidade em todas as Oficinas" (Autor ignorado)

Quem fala muito atrapalha a reunião! Mas por que isso acontece? Por dois motivos: vaidade e ingenuidade. A vaidade é, facilmente, notada quando o locutor coloca os verbos na primeira pessoa; suas manifestações parecem testemunhos. Ele julga que, em todos os assuntos da Loja, os Irmãos devem escutar sua opinião e tem a capacidade de ocupar mais tempo do que o ritualizado para o Quarto de Hora de Estudos.

A ingenuidade é aparente naqueles que saúdam as autoridades, visitantes e, ainda, dão as conclusões sobre a Sessão (funções do Orador). Também, sempre, manifestam-se sobre as Instruções (função das Luzes ou daqueles que o Venerável indicar); após a leitura do Balaústre, pedem a palavra, saúdam, nominalmente, todos os presentes e questionam o Secretário sobre qualquer questiúncula, o que deveriam fazer após a Sessão.

Devemos entender que qualquer reunião, ultrapassando duas horas, é cansativa e improdutiva; há Irmãos que trabalharam o dia inteiro e desejam, à noite, encontrar o grupo para serenar os ânimos e harmonizar-se com o Criador.

Vivemos num tempo onde o perigo é uma constante e a abertura da porta de um lar após as 23h é um risco para toda a família.
Observemos que, quando o Irmão falador pede a palavra, toda a Oficina "trava" e, assim, há uma quebra do Egrégora da Sessão. Por outro lado, quando aquele Irmão, que pouco se manifesta, pede a palavra, todos se voltam para ele com atenção e respeito.

Devemos nos conscientizar de que, se quisermos contribuir para a formação dos Irmãos, deveremos fazê-lo pelo Exemplo, e não pela palavra! A verborreia é uma deficiência, um vício, que avilta o homem!

Quando formos visitar uma Loja, estaremos lá para aprender, e não para ensinar. O silêncio torna-se uma prece nas Sessões Magnas, compreensivelmente mais longas e, sempre, com a presença de outros visitantes; deixemos que o Orador nos apresente e fiquemos com o Sinal de Ordem, para dizer a toda a Oficina que somos o nominado e estamos de
P\ e à O\.

Dar os parabéns pelos trabalhos só é necessário para os que têm necessidade de lustro na vaidade. Se o Irmão quiser ocupar mais de três minutos (tempo mais que salutar), pode agendar com o Secretário sua participação no Quarto de Hora de Estudos ou na Ordem do Dia.

No período, destinado à Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, devemos priorizar, trazendo notícias dos Irmãos ausentes (não vale justificar a falta, pois deve ser feito por escrito pelo mesmo, acompanhado obrigatoriamente do óbolo) e louvando os feitos da Ordem.

O Livro da Lei nos ensina: “Pois o Reino de Deus não consiste em palavras, mas na virtude (I Coríntios: 4,20). Lembremo-nos de que todos nós, independente do Grau ou de Cargos, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.