segunda-feira, 27 de agosto de 2012

  O ALTAR DOS PERFUMES.


O Altar dos Perfumes situa-se no Oriente, em frente ao Trono do Venerável. Sobre ele estará o turíbulo e a naveta de incenso. Tem como origem a passagem do Livro do Êxodo, capítulo XXX, vv. 1 a 10, em que vemos o Senhor determinando a Moisés a feitura do Altar do Incenso:

1 - “Farás também um Altar para queimar nele incenso; de madeira de acácia o farás.
2 - Terá um côvado de comprimento e um côvado de largura, será quadrado, de dois côvados de alto; os chifres formarão uma só peça com ele.
3 - De ouro puro o cobrirás, a parte superior, as paredes ao redor e os chifres; e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor.
4 - Também lhe farás duas argolas de ouro debaixo da bordadura, de ambos os lados as farás; nelas se meterão os varais para se levantar o altar.
5 - De madeira de acácia farás os varais e os cobrirás de ouro.
6 - Porás o altar diante do véu que está diante do propiciatório, que está sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo.
7 - Arão queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã, quando preparar as lâmpadas, o queimará.
8 - Quando o crepúsculo da tarde acender as lâmpadas, o queimará; será incenso contínuo perante o Senhor pelas vossas gerações.
9 - Não ofereceis sobre ele incenso estranho, nem holocaustos, nem ofertas de manjares; nem tão pouco derramarei libações sobre ele.
10 - Uma vez no ano Arão fará expiação sobre os chifres do altar com o sangue da oferta pelo pecado;uma vez por ano fará expiação sobre ele pela vossas gerações.”

O esquema filosófico da Maçonaria que procura atender sempre ao simbolismo perfeito e de explicação relativamente fácil, prevê que o Altar dos Perfumes é individualizado eis que, com ele completar-se-á o número simbólico de nove altares. Nove é o “princípio da Luz Divina Criadora que ilumina todo o pensamento, todo desejo e toda obra e exprime externamente a obra de Deus que mora em cada homem, para descansar depois de concluir a sua obra”, o número oito, quando não há o Altar dos Perfumes, é o símbolo natural do equilíbrio e da Justiça e que simboliza o princípio de Hermes que afirma que “COMO É EM CIMA, ASSIM É EM BAIXO”.

A Loja para ser perfeita tem que simbolizar a Obra Divina. Não basta que ela represente o equilíbrio e a Justiça se lhe falta a Luz Divina, Criadora e Iluminadora de todos os pensamentos. Assim, no simbolismo hermético o Octanário não pode substituir o Novenário sem que haja a solução de continuidade no encadeamento das ações evolutivas. Quanto a nós, somos contra a supressão do Altar dos Perfumes das Oficinas pelos seguintes motivos:

Os Três triângulos místicos que devem figurar no corpo da Loja deixam existir quando falta um dos altares. Estes triângulos são formados: 1º - Pelos altares do Venerável, do Orador e do Secretário; 2º - Pelos altares do Tesoureiro, DOS PERFUMES e do Chanceler; 3º Pelos altares do 1º Vigilante, dos Juramentos e do 2º Vigilante. Assim, cada um destes triângulos representa um dos aspectos trinitários do G.’. A .’. D.’.U.’., cada um deles com a mesma Pureza, a mesma Luz e a mesma Verdade, componentes da excelsa Sabedoria! A falta doa Altar dos Perfumes impede a feitura do segundo Triângulo místico. Deixa assim de ser representado a feitura do segundo aspecto do G.’. A .’. D.’.U.’. - o Filho - da Tríade Divinal! Verifica-se então um desequilíbrio místico que não poderá ser justificado pela praticidade do cerimonial!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Uma brasa sozinha perde o seu calor muito rapidamente.

A Maçonaria tende a buscar em seus integrantes um perfil definido de conduta perante a sociedade, um padrão ético, enfim, elementos identificadores dos ideais e princípios maçônicos, que se coadunam com suas altas finalidades sociais e morais...
A vida moderna mostra indícios jamais vistos antes em toda história da humanidade. Cada vez mais as pessoas vão ocupando seu dia somente com tarefas e afazeres e esquecem o lazer. O tempo está se reduzindo tanto que nem sempre é possível fazer o que se gosta ou ainda, o pouco que se precisa.
Em uma sociedade extremamente capitalista o Homem está se tornando cada vez mais o alvo de seus próprios interesses e de suas ambições. As pessoas sem perceberem estão se tornando escravas de si mesma e da sociedade em que vivem. Com o passar dos anos aquilo que antes era uma constante hoje não passa de um sonho de consumo muitas vezes inatingível, inalcançável: a tranqüilidade.
Se viajarmos de avião ao invés de fazer a viagem a pé, perderemos a chance de poder observar as esquinas do caminho, as árvores floridas, os córregos frescos, o canto dos pássaros, o entardecer e o amanhecer continuarão lá, mas não farão parte de nós. Quando, ao entardecer dos anos, nos sentarmos à frente da lareira, examinando em silêncio a bagagem de nossa vida, essas coisas não estarão lá.
Isso, em termos de comparação com a vida maçônica, pode acontecer àqueles irmãos que têm pressa em galgar graus mais elevados, e não dão o devido valor para esses pormenores, onde iremos admirar cada árvore florida, bebermos em cada córrego fresco, ouvirmos cada canto de pássaros, admirarmos cada entardecer e cada amanhecer.
Quando viermos para nossa Loja, vamos ouvir cada palavra, as boas e as más, as inspiradas e as cansativas, pois isso faz parte de cada um de nós. Cada experiência está em nossa bagagem, e descobrimos que o grande segredo da Maçonaria não está no aonde se chega, ou chegar mais rápido, mas no caminhar junto, compartilhando nossa humanidade no que ela tem de melhor e de pior, e estarmos presente em cada sessão.
A Maçonaria propaga e defende a VERDADE  como simples verdade. Assim, se o maçom busca sua mudança interior, o primeiro preceito que ele deve procurar desenvolver é o da verdade. Verdade sobre si mesmo e para consigo mesmo. Será se o motivo alegado para faltar a uma sessão é o verdadeiro? Será se estamos doando de nós tudo o que podemos em benefício de nossa Loja, em benefício do grupo a que pertencemos, ou seja, em benefício de nós mesmos? Vale a pena meditar sobre isso. Se cada um de nós fizer a sua parte, com certeza, os resultados nos surpreenderão a todos. Alguém já disse que “o todo é muito maior do que a simples soma das partes”.
Então, devemos perceber que cada um é responsável por aquilo que vive, por aquilo que quer para si e principalmente para o próximo. Não se pode apenas deixar acontecer, é vital que os sonhos não morram que não se perca o brilho e que a emoção às vezes possa predominar a razão. Pois só assim os pequenos, mas intensos momentos de felicidade nos permitam atingir a plenitude, alcançar à paz tão desejada, o equilíbrio tão perseguido, a vida tão sonhada.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Dia 20 de Agosto
A efeméride DIA DO MAÇOM é comemorado no dia 20 de Agosto e atualmente, está generalizada, faz parte das principais agendas de apontamentos maçônico e profanos do país inteiro. Passou a ser acontecimento não mais da Sublime Ordem, mas de toda nação brasileira.
Segundo o historiador maçônico Ir.´. José Castellani, um grupo de maçons da Grande Loja de Santa Catarina, por ocasião da V MESA-REDONDA das Grandes Lojas do Brasil (CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil), realizada em Belém, nos dias 17 a 22 de julho de 1957 e, lá por sugestão da Grande Loja de Minas Gerais, escolheu-se o dia 20 DE AGOSTO, que na justificativa: "por ter sido nesse dia que a Independência do Brasil foi proclamada dentro de um Templo Maçônico".
Estes Irmãos da se basearam no fato do maçom Gonçalves Ledo, 1º Vigilante da A.´.R.´.L.´.S.´. “Arte e Comércio”,  jurisdicionada ao Grande Oriente Brasílico, do Rio de Janeiro,  haver “Proclamado a Independência” do País, com veemência, dentro de sua Loja, o que é verdade, o que posto em votação foi aprovado, pelos presentes, no 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822.
Para esse grupo de maçons tal dia está em correlação com a data da homenagem. Consta que foi um erro porque, se tratava, do dia 9 de setembro de 1822. (20 dias depois). O calendário utilizado para esse registro - um calendário equinocial - adota que o ano inicia em 21 de março - equinócio de outono, no hemisfério Sul - de conformidade com o nosso calendário convencional, gregoriano. O ano é defasado e contém 4 000 anos além do nosso; Nesse caso houve um erro de 20 dias para menos. (20 de agosto e não 9 de setembro).
O Grande Oriente Brasílico foi desmantelado por D Pedro I, aproximadamente, um mês depois desses acontecimentos, em virtude de desavenças entre seus membros, exatamente sobre o modelo que deveria tomar a emancipação do nosso país.
Os seguidores do Ir.´. Gonçalves Ledo desejavam o total rompimento com o reino de Portugal. Os partidários do Ir.´. José Bonifácio de Andrada e Silva pregavam uma convivência estreita entre os dois países. Não obstante a realeza do Ir.´. Pedro I não era discutida, entre eles que, o aceitavam na frente do governo do Brasil. Tampouco era questionada a Emancipação do País. Incontestavelmente os maçons brasileiros, em atividade, queriam-na, preconizavam-na com todas as forças, porque acreditavam nas suas vantagens e nas suas validades e virtudes para o bem do povo brasileiro.
Como tantas outras emancipações, os acontecimentos do dia 7 de setembro de 1822 não se deram isoladamente. Os movimentos de maçons brasileiros visando à libertação do Brasil devem ser relembrados, conjuntamente, nesse dia 20 de agosto, em que se celebra o Dia Nacional do Maçom. Deles devemos nos ufanar muito. A inconfidência Mineira, a Revolução Pernambucana de 1817, a pugna do dia 2 de julho na Bahia.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012



Quando se fala em Maçonaria no mundo profano, todos têm algum comentário a fazer: misteriosa, secreta, satânica, beneficente, caritativa... uns aprovam, outros reprovam, uns gostam, outros têm curiosidade e há também os indiferentes. No entanto, todos os profanos têm como verdade incontestável que os maçons são fraternos, ajudam-se entre si e se tratam como irmãos...

Correm lendas que maçom pobre não existe, que maçom nunca perde causa na justiça, que maçom nunca se aperta, pois basta fazer um "sinal secreto" e pronto! Lá estão os "irmãos" para auxiliar o apurado...

Como seria bom se essas lendas fossem reais!

Quem está do "lado de cá", sabe bem que isso é uma utopia, uma doce ilusão alimentada pelo romantismo dos que idealizam as instituições e os homens. Se analisarmos com frieza e objetividade, veremos que a realidade é bem outra, uma realidade lamentável...

Homens que chegam a se odiar, que tentam prejudicar uns aos outros de todas as formas possíveis, que se esquecem dos laços de irmandade em troca de postos, condecorações, cargos, honrarias...que muitas e muitas vezes, sabendo que um "irmão" está passando por momentos difíceis, dão risada, fingem não ter conhecimento sobre o fato, mentem descaradamente, ludibriam, logram e prejudicam escancaradamente àqueles a quem deveriam estar unidos pelos doces laços da fraternidade e do respeito mútuo.

Um espetáculo de lamentável hipocrisia pode ser visto por ocasião daqueles discursos pomposos, carregados de termos como "Poderoso", "Amado", "Sereníssimo", "Soberano", "Especial", "Sapientíssimo" quando proferidos por verdadeiras lavadeiras e comadres que passam grande parte do seu tempo a "esfregar" a vida alheia contra as duras pedras da sarjeta, a criticar a todos quantos não reproduzam fielmente os seus pensamentos e a tentar "escalar" por sobre as cabeças para galgar mais um degrau de "glória maçônica"...

Além disso, é chocante ver como se usa, sem a menor vergonha, a retórica vazia do "irmão". É "irmão" pra cá, "irmão" pra lá, quando, na verdade, é "maldito" pra cá e "desgraçado" pra lá. Um quer ver o outro morto, estirado sobre um esquife (e não é o simbólico não) e, mesmo assim, vão levando a patifaria da "irmandade sincera", fingindo na cara-de-pau um amor regado a elogios falsos enquanto tentam expulsar o outro da Loja, envolvê-lo em uma situação constrangedora, apunhalá-lo pelas costas fingindo "dar apoio", forjando fatos mentirosos e jogando a reputação do outro no lixo sem o menor pudor.

Certas intrigas ocorridas em meios maçônicos fariam corar as mais experimentadas fofoqueiras de bairro. Usar pessoas para se atingir um objetivo pessoal nada nobre, é prática da qual muitos "irmãos" são useiros e vezeiros.

Fala-se muito em "tolerância" como se isso fosse a "virtude mor" dos maçons brasileiros. Isso é uma mentira!

O maçom brasileiro confunde tolerância com permissividade, confunde liberdade de pensamento com confusão, falta de método e libertinagem intelectual...Querem ver onde está a "tolerância à brasileira"? Basta ver os ataques velados e abertos contra o agnosticismo do Rito Moderno que os "religiosos" lançam como bomba de estilhaços, sem se importar em desrespeitar a liberdade de consciência alheia. Taxam os modernistas de "ateus", o Rito Moderno de "ímpio" e "irregular", jogando acusações esdrúxulas e sem fundamento por sobre todos aqueles que "ousaram" pensar de forma diferente...Do outro lado, os irmãos agnósticos, esquecendo-se que a maçonaria deve ser um "centro de união, e o meio de firmar uma amizade sincera entre pessoas que teriam ficado perpetuamente distanciadas", passam a atacar de forma grosseira às crenças alheias, ridicularizando tudo aquilo que é sagrado para os que crêem, desrespeitando, da mesma forma, a liberdade de consciência dos teístas. Isso é tolerância?

Será tolerância reagir com um ódio mortal contra quaisquer críticas que lhe atinjam de algum modo? É tolerante mandar um Aprendiz calar a boca quando ele levanta críticas REAIS e pertinentes? Quem ainda não viu essa cena?

Quantas e quantas discussões ferozes, causadoras de um ódio profundo entre "irmãos" não nasceram de uma crítica que machucou a vaidade de alguém? Onde está o espírito de se fazer e ouvir críticas com uma intenção construtiva? Tudo o que se fala é para achincalhar o outro, botá-lo em situação constrangedora na frente da Loja toda, rebaixá-lo, arrebentar com sua auto-estima. Da mesma forma, toda e qualquer crítica, por menor que seja, é o bastante para cegar de raiva quem a recebeu, socar a mesa, gritar com os olhos injetados de furor, pedir o Quite Placet e amaldiçoar quem criticou "per saecula saeculorum Amém".

O irônico disso tudo é que, quando estávamos na Câmara de Reflexão, nossos olhos leram palavras como: "Lembra-te que és pó e ao pó tornarás"; "Se tens receio de que descubram teus defeitos, não estás bem entre nós"; "Se és apegado a distinções mundanas, sai; aqui não as conhecemos"...

A grande questão que se apresenta, mediante essas constatações é: Nós entramos na Maçonaria, mas terá a Maçonaria entrado em nós? Quanto de Maçom temos realmente?

Onde está o real espírito de fraternidade maçônico? Perdeu-se na brutalidade e vulgaridade de nosso século? Está escondido em algum templo abandonado? Perdeu-se junto com a palavra do Mestre? Onde estaremos nós, quando um irmão necessitar?

Reflitamos seriamente no sentido real de se vestir um avental maçônico...